Querido Amigo:
Há um elemento de que o homem é dotado, um princípio que é de uma importância fundamental na sua ascensão desde o estádio mineral até à divindade. O homem no seu caminho procura sempre o que o impulsiona para diante, aquele aliciante tão inexplicável, que os melhores estudantes não chegaram a compreender. Sem dúvida, a resposta pode encontrar-se no primeiro capítulo do Génesis, versículo 26: “Façamos o homem à nossa imagem” estas seis palavras são a chave para resolver este problema aparentemente inexplicável.
O princípio divino com o qual o homem foi dotado, é o Incentivo que o está sempre a impulsionar a elevar-se, e que lhe dá esse sentimento de intranquilidade como a nostalgia. É o seu destino que em determinada altura do caminho, se torne sábio, como é sábio o seu Pai no Céu. Isto, por outro lado, traz consigo uma responsabilidade pessoal de se ocupar nos negócios do seu Pai e não perder tempo em joguetes, procurando o próprio proveito. Ninguém tem que prestar contas tão estritamente como aqueles que receberam a luz, e que compreendem que a vida é mais do que um período de setenta anos para seguir os prazeres de comer, beber e divertir-se.
Ao estudante dos Ensinamentos Rosacruzes foi dado o segredo deste estranho Incentivo, foi-lhe explicada claramente a verdade no “Conceito” e em toda a nossa literatura. Por conseguinte, ele é justamente mais responsável pelo tempo mal gasto e pelas oportunidades perdidas, do que as pessoas que não receberam estes ensinamentos. Em São Lucas 12:48 Cristo disse: “A quem muito foi dado, muito lhe será exigido.”
Estes são dias em que estamos todos a ser submetidos a provas pelos Senhores do Destino com provações como nunca antes foram aplicadas ao homem. Aquele que está desperto compreenderá que a raça humana chegou a um ponto da evolução em que os exames são muito duros, porque chegou o momento em que o homem pode atingir, se desejar, maiores alturas. É verdade, exige-se um preço pelo que Deus nos tem dado, mas o dinheiro, as riquezas, as posições materiais não podem pagar as coisas que nos esperam. Mas sim uma vida de sacrifício, de serviço, mesmo que para alguns possa ser pedido que abandonem, que sacrifiquem o veículo físico. Mas que valor tem este corpo físico? Que valor tem a riqueza material comparada com o ganho espiritual, com a luz de vida, com o que é eterno? Todas as coisas materiais se desvanecem e depois de servirem o espírito tornam-se inúteis.
Cristo disse-nos no capítulo 6 de São Mateus, versículo 24: “ Ninguém pode servir a dois senhores: porque ou odiará um e amará o outro, ou se aproximará de um e menosprezará outro: Não podeis servir a Deus e a Mammon.”
A humanidade encontra-se na encruzilhada, tem que escolher entre a vida mundana e a vida espiritual. Guerras, egoísmo e fome são o preço que os homens têm que pagar pela sua negligência e a sua sofisma. Não é o castigo de um Deus irado que trouxe estas coisas para o mundo, mas os nossos próprios actos pecaminosos e de rebeldia contra a Lei de Consequência, de causa e efeito. A paz permanente não pode realizar-se até que os homens tenham aprendido a lição da irmandade, pela dor e pelo sofrimento. Agora, neste período de mudança, de colher o que semeámos nesta vida e nas anteriores, o mundo inteiro está com dores de parto, e o sangue de milhares de homens e mulheres está a derramar-se. Isto não despertará o sentimento do dever e da responsabilidade nos homens? Isto tudo não é uma admoestação, um chamamento aos Estudantes dos Ensinamentos Rosacruzes para se despertarem e se ocuparem nos negócios do nosso Pai?
Sua em serviço da humanidade,
Mrs. Max Heindel
(cartas aos estudantes)
The Rosicrucian Fellowship, Junho de 1941