Querido Amigo:
Um estudante, numa carta recebida recentemente, disse o seguinte: “Nas suas últimas cartas omitiu a explicação à seguinte pergunta: “Quem são os pobres?”
Webster define esta palavra dizendo que significa a carência de bens materiais. “Falta de meios para uma subsistência com conforto, posse de escassos rendimentos e propriedades ou nenhuns, circunstâncias limitadas. Indigente.”
Um pobre é sempre considerado com falta de coisas materiais; muitas vezes doente, com poucos amigos e pouca comodidade. A palavra associa-se geralmente às coisas relacionadas com a natureza de desejos do homem, porque as coisas materiais ocupam o primeiro pensamento do homem, – o seu maior interesse.
Quando estudamos a constituição do homem sob o ponto de vista dos Ensinamentos Rosacruzes, vemo-lo como um tríplice Espírito, o Ego que vive num triplo corpo o qual está unido pelo elo da mente.
Cristo disse-nos no seu maravilhoso Sermão da Montanha, no capítulo 5 de Mateus, versículo 3:
“Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus.”
Em Lucas encontramos outra vez palavras que nos impressionam pelo facto de CRISTO considerar o homem espiritual (o que é verdadeiro e duradouro) a parte principal do ser humano. Em Lucas 6:20 ele disse: “Bem aventurados … os pobres; porque vosso é o reino de Deus.”
Ele procurava sempre os pobres; escolheu os seus discípulos de entre os humildes pescadores. A sua obra foi sempre com os pobres de bens deste mundo, porque este grande Espírito sabia que as riquezas do mundo eram sempre um incentivo para o homem perder o seu interesse nas coisas do espírito. Encontramos na narração de Paulo, o convertido Saulo, que depois de se ter transformado por uma profunda experiência espiritual a caminho de Damasco, o espírito CRISTO apareceu-lhe (9:9). Depois desta assombrosa experiência, Saulo, o sedento de sangue, antes imparável a matar os Cristãos, converteu-se no pacífico e amante Paulo, e num curto espaço de tempo tornou-se o principal entre os discípulos dos ensinamentos de Cristo.
Paulo em Coríntios 6:7,10 disse o seguinte:
“Na palavra de verdade, no poder de Deus, pelas armas de justiça, à direita e à esquerda.”
“Como contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo, e possuindo tudo.”
Temos a prova destas afirmações quando observamos que os materialmente pobres segundo a opinião geral do mundo são felizes na sua comunhão espiritual. As riquezas do mundo não são tentadoras para o homem ou para a mulher interessados no espiritual: eles estão sempre prontos a compartilhar as suas escassas provisões, e têm muito prazer em repartir com os infelizes mundanos.
Assim podemos contestar com a verdade a pergunta deste homem e dizer que as verdadeiras riquezas não são as que o homem tem que deixar para trás quando morre, mas as riquezas do espírito que são eternas.
Seus em serviço da humanidade,
The Rosicrucian Fellowship,
Mrs. Max Heindel
(cartas aos estudantes)