Carta 19

Querido Amigo:

“Oh Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra, pois puseste a tua glória sobre os céus!…

“Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste;
Que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites?
Pois pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coroaste.”

(Salmo 8)

Quando consideramos as várias emoções expressas por David, admiramos a sua grande fé, a sua adoração, a sua submissão aos poderes de Deus. Notamos também um conflito na vida do Rei David, que representa a luta contínua que continua a realizar-se nos corações da humanidade.

A Terra está cheia de resplendor, beleza, amor, e bondade, mas o homem não pode estar à espera de desfrutar sempre dos raios de sol. Se a vida fosse sempre prazenteira sem obstáculos para vencer, cessaria o progresso do homem. É assim que Deus na sua sabedoria infinita tem que pedir algo dos seus filhos desobedientes; eles precisam de se lembrar que deixaram de estar em graça. A natureza em parte é uma expressão da emoção, porque às vezes toda a criação geme e está em sofrimento, e a invenção do homem é devastada pelas águas e os terramotos que destroem as obras das suas mãos.

Todas estas coisas destrutivas visitam a Terra e o homem, não para o “castigarem”, mas para lhe ensinarem que não se pode desobedecer às leis cósmicas sem sofrer uma reacção correspondente. Esta voz da criação que geme, está a chamá-lo para viver a vida de amor, pureza e santidade. Assim a aflição recorda sempre ao homem que não pode continuar a quebrar as leis de Deus sem se expor aos resultados do seu egoísmo.

Nesta triste altura da história do homem, todo o mundo está a gemer de agonia, e a guerra, aquele terrível chicote, está a invadir cada país. Todos reflectimos sobre estas coisas e muitos dos pensadores superficiais ainda maldizem Deus pelos pesares que lhes sobrevieram, e a questão que frequentemente se coloca é – Porque permite Deus estas coisas? Porque é que, sendo Ele um Deus justo, o homem tem que sofrer como está sempre a suceder?

A resposta a todas estas perguntas encontra-se nos Ensinamentos Rosacruzes. O mundo só necessita de ser despertado para os antigos ensinamentos. Deus criou o homem com livre arbítrio, um Ego que tem que construir a sua própria salvação, um ser feito à Sua imagem e semelhança, colocado na Terra para aprender muitas lições valiosas e ganhar poder divino pelo seu esforço diligente. Mas o Ego humano, o homem, não tem sido diligente; tornou-se egoísta e em vez de se tornar mais semelhante a Deus, usou só para si as ondas de vida inferiores, isto é, os reinos mineral, vegetal e animal, procurando os prazeres egoístas. Tornou-se da Terra, terreno, em vez de se elevar até chegar a ser do céu, celestial.

A ideia do eu e do meu converteu-se no Deus da humanidade e até que o homem aprenda a lição do recto viver, que é o único proceder próprio da criatura feita à imagem de Deus, terá que sofrer; claro que não é Deus que castiga; o homem é castigado pela reacção dos próprios pecados e por causa deles. Ele é o seu próprio verdugo. é responsável pelas condições do mundo de hoje, e até que aprenda a viver uma vida de amor, as suas lições serão aprendidas através do sofrimento, e a humanidade continuará a gemer sob a quantidade de karma nacional e individual, as justas dívidas já vencidas.

Que os Senhores do Destino nos ajudem a aprender e a praticar a Regra de Ouro, a que Cristo nos deu: “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas.” (Mat. 7:12)

Seus em serviço da humanidade,

The Rosicrucian Fellowship,

Mrs. Max Heindel

(cartas aos estudantes)

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